
A Delta Air Lines obteve permissão judicial para prosseguir com uma ação contra a empresa de segurança cibernética Crowdstrike, em decorrência de uma falha de TI ocorrida em julho que resultou em um colapso operacional que durou uma semana para a companhia aérea com sede em Atlanta. 482m4w
Após não conseguir chegar a um acordo fora do tribunal com a Crowdstrike, os advogados da Delta protocolaram uma ação em um tribunal do condado de Fulton em outubro ado, acusando a empresa de segurança de uma “série de atos intencionalmente grosseiramente negligentes”.
Como muitas companhias aéreas, a Delta utilizava os serviços da Crowdstrike para proteger seus computadores que operam na plataforma Microsoft Azure contra ataques cibernéticos. Porém, em 19 de julho de 2024, a empresa lançou uma atualização de software não testada para milhões de computadores em todo o mundo.
Essa atualização problemática provocou uma “tela azul da morte”, derrubando sistemas operacionais essenciais utilizados por supermercados, bancos e companhias aéreas globalmente.
Embora a Crowdstrike tenha conseguido implantar um patch para a atualização problemática em poucas horas e a maioria das companhias aéreas tenha conseguido restabelecer suas operações rapidamente, a situação da Delta foi bastante diferente.
A companhia enfrentou um colapso total após a perda de controle sobre as escalas de pilotos e comissários de bordo, resultando em mais de 7.000 cancelamentos de voos. A Delta alega ter acumulado perdas de cerca de $500 milhões como resultado direto da falha da Crowdstrike.
Após meses de disputas legais, um juiz do condado de Fulton decidiu que a Delta poderia prosseguir com duas das alegações feitas em sua reclamação original contra a Crowdstrike: negligência e invasão de computador.
No entanto, a alegação de representação intencional ou fraude por omissão foi rejeitada. A Delta busca até $500 milhões da Crowdstrike para cobrir suas perdas totais decorrentes do incidente.
A Crowdstrike argumenta que seu contrato com a Delta limita sua responsabilidade a reivindicações na casa dos milhões de dólares. Após a decisão, a empresa reiterou sua posição.
Além disso, surgiram alegações de que o colapso operacional da Delta foi causado por um sistema de software falho usado para controlar as escalas de pilotos e comissários, que não opera na plataforma Microsoft.
Argumenta-se que o sistema legado da IBM era suscetível a problemas, e que, enquanto outras companhias aéreas investiram em software atualizado, a Delta supostamente falhou em atualizar seus sistemas.
Em uma contra-ação movida pela Crowdstrike contra a Delta, a empresa alegou que a Delta havia recusado a assistência de seus técnicos especialistas – potencialmente porque a Delta sabia que o principal problema era um sistema de computador antiquado que não utilizava ativamente os serviços da Crowdstrike.
A Delta nega essas alegações, afirmando que possui um histórico de investimento de milhões de dólares em software de computador de última geração.