
Na terça-feira (25), a gigante aeroespacial RTX, anteriormente conhecida como Raytheon Technologies, viu suas ações despencarem 13%, após um anúncio sobre um defeito de fabricação em alguns de seus renomados motores Pratt & Whitney PW1100G, exigindo inspeções aceleradas em cerca de 200 unidades.
A Airbus, principal usuária do motor em questão, também sofreu uma queda de 6% no valor de suas ações, informou o Aviacionline.
O defeito surge do metal em pó usado na fabricação de componentes específicos do motor, segundo divulgou a empresa durante uma teleconferência de resultados trimestrais. A RTX, empresa controladora da fabricante de motores de aeronaves Pratt & Whitney, esclareceu que os motores atualmente em produção não são afetados por esse problema.
A RTX ajustou sua projeção de fluxo de caixa para o ano, reduzindo-a em US$ 500 milhões para US$ 4,3 bilhões como resultado desse problema de fabricação. “Vai ser caro”, itiu o CEO da RTX, Greg Hayes, durante a teleconferência de resultados. “Vamos indenizar as companhias aéreas como resultado da interrupção que vamos causar a elas.”
As implicações para as companhias aéreas e operadoras
Esse problema aumenta os desafios enfrentados pelas companhias aéreas que já lidam com atrasos de fabricantes de aviões. O problema afetará particularmente o Airbus A320neo, uma aeronave de fuselagem estreita e uma das aeronaves mais requisitadas do mundo.
A Pratt & Whitney antecipou que quase 1.000 motores a mais exigirão a remoção das frotas das companhias aéreas para inspeções nos próximos nove a doze meses.
Por outro lado, as ações da General Electric, fabricante de automóveis concorrente, subiram mais de 6% na terça-feira. Esse aumento ocorreu após o conglomerado melhorar suas projeções de receita e fluxo de caixa para o ano, em parte devido à forte demanda por motores a jato.
Mais motores enfrentarão “recalls e inspeções aceleradas”
A RTX revelou que outros 1.200 de seus motores Pratt & Whitney GTF, produzidos entre 2015 e 2021, serão inspecionados nos próximos nove a doze meses. Esta ação é uma resposta a uma “condição rara” no metal em pó usado para fabricar certas peças do motor, que exige uma “inspeção acelerada da frota”.
A istração Federal de Aviação (FAA) afirmou que está ciente do problema e está em contato com a Pratt & Whitney e as companhias aéreas afetadas pelo problema. Enquanto isso, a Delta Air Lines, um grande cliente da Airbus, disse que está investigando o assunto. Um porta-voz da JetBlue Airways revelou que a companhia aérea está trabalhando com a Pratt & Whitney para avaliar o impacto em sua frota.
Na América Latina, a mexicana Volaris, uma das principais operadoras do A320neo, indicou que é muito cedo para determinar o impacto potencial das recentes revisões. A JetSMART, outro ator importante na região, ainda não emitiu uma declaração sobre o assunto.
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