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Associações reclamam do Aeroporto da Pampulha ser fechado para corrida

Imagem: Ricardo Morgan

Em meio à uma crise ambiental causada pela seca extrema, reclamações surgiram do fechamento do único aeroporto operacional em Belo Horizonte.

Após o fechamento arbitrário pela Prefeitura de Belo Horizonte do Aeroporto Carlos Prates, feito sem fundamento técnico ou consulta popular, causando demissão de 500 pessoas, a capital mineira ficou com apenas um aeroporto funcional, o da Pampulha, oficialmente chamado de Carlos Drummond de Andrade.

Hoje, acumulando funções da aviação executiva, centro de manutenção, base de apoio para segurança pública e mais recentemente hub de operações de combate à incêndios florestais, o Aeroporto da Pampulha ficou fechado durante toda a manhã deste domingo, dia 15 de setembro de 2024.

O fechamento foi causado pela Corrida Araújo, um evento esportivo organizado pela gigante rede de farmácias da capital mineira, como já tinha ocorrido em 2023. Neste mesmo final de semana, também estão ocorrendo três eventos musicais de grande porte na capital mineira: o Festival Sarará, o Festival Sertanejo e o festival de música eletrônica Só Track Boa.

Com grande deslocamento de pessoas de fora da cidade para estes eventos, o Aeroporto da Pampulha seria usado principalmente por aviões executivos, mas ficou fechado das 05h30 até 12h00.

Isto causou um incômodo entre os usuários do aeroporto, e uma carta aberta foi feita pela Associação Brasileira dos Atacarejos (ABASS), pela Associação Mineira de Supermercados (AMIS) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas de BH, a CDL-BH.

Nesta carta o qual o AEROIN obteve o, é afirmado que o evento da Drogaria Araújo “traz um impacto relevante e negativo com a interrupção do uso original do aeroporto para a aviação tanto aviões de asa fixa quanto de helicópteros, trazendo insegurança para todos que usam o aeroporto da Pampulha”.

Vários pontos negativos são elencados, incluindo os abaixo:

  • Impedimento do direito de locomoção de aeronaves da aviação geral, seja particular ou táxi aéreo;
  • Impedimento do uso da pista para operações de emergência de aeronaves, as quais são totalmente imprevisíveis;
  • Impedimento da utilização da pista para decolagem de serviços de resgate e atendimento Aeromédico;
  • Impedimento das operações do MG transplantes;
  • Impedimento de operações da PM, PF, PRF e Polícia Civil onde há necessidade de uso de aeronaves de asas fixas ou helicópteros;
  • Impedimento das operações do SUS em convênio com o Corpo de Bombeiros Militar de MG;
  • Risco desses eventos deixarem materiais capazes de causar FOD “foreign object debris”, ou seja, objetos perdidos que podem oferecer risco e danificar aeronaves. É uma preocupação constante nos aeroportos, pois a presença de FOD pode colocar em perigo a operação dos aviões devido a lixo e detritos largados nas pistas de táxi e decolagem;
  • ⁠Quebra da estrutura de segurança aeroportuária permitindo indiscriminadamente pessoas adentrarem o lado AR do aeroporto (aérea operacional e de movimento, cujo o deve ser controlado) possibilitando a ocorrência de atividades nocivas à segurança das aeronaves e de pessoas que utilizam o aeroporto.
  • O custo para mitigar o efeito dessa interrupção pode alcançar altos níveis de prejuízos financeiros com desvios, atrasos, interrupções de voos, e até perda de vidas humanas pela impossibilidade de resgate e atendimento aeromédico.
  • É um desvio de função de um bem público de apoio ao cidadão. Aeroporto não é luxo é parte essencial do modal do transporte aéreo.
  • ⁠Não estão entendendo uma função básica para istrar a ÚNICA opção de pouso e decolagem de BH, visto que o aeroporto Carlos Prates está fechado.
  • É perigoso para todos pois tem avião estacionado nos hangares, com risco de acidentes;
  • ⁠Aeroporto foi feito para pousos e decolagens . Não é lugar para fazer corrida e eventos.

As associações pedem que considerem os pontos afirmados acima por eles, que autoridades façam um movimento para impedir que eventos desta natureza ocorram no Aeroporto da Pampulha, que se tornou a única opção para diversos tipos de aviação na capital mineira.

Entramos em contato com a CCR, a do Aeroporto da Pampulha, para um posicionamento sobre a Carta Aberta, e a empresa nos enviou a seguinte nota:

O Aeroporto da Pampulha destaca que a realização de eventos, como corridas, não é algo inédito em aeroportos e está em conformidade com a regulação da Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC). A organização do evento em questão foi devidamente aprovada após o levantamento de todos os impactos operacionais e ajustes necessários. Todos os protocolos de segurança, incluindo a verificação e remoção de detritos (FOD – Foreign Object Debris), foram reforçados para garantir a integridade da pista e das aeronaves. Além disso, uma equipe especializada acompanha todo o processo de organização do evento para garantir que a área de operação do aeroporto (lado AR) permaneça devidamente protegida.

Especificamente em relação às operações de emergência e segurança, houve um remanejamento provisório do ponto de decolagem durante o evento, em acordo com os operadores responsáveis.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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