
A Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC) da Bolívia anunciou que duas novas companhias aéreas internacionais estão avançando no processo de certificação para operar no país.
De acordo com o Aviacionline, em meio a um contexto favorável à chegada de novos operadores aéreos, o diretor executivo da DGAC, José Iván García, afirmou que a Bolívia mantém uma política de céus abertos, criando um ambiente propício para a entrada de novas empresas no segmento de transporte de ageiros.
Embora os nomes das companhias não tenham sido divulgados oficialmente, o jornal La Razón revelou que García havia mencionado anteriormente a Arajet, da República Dominicana, e a Flybondi, da Argentina, como as companhias em processo de certificação. Contudo, o progresso ainda não chegou à fase final devido a requisitos vinculados à disponibilidade de aeronaves.
As declarações de García surgem em um momento em que há questionamentos sobre a operação da Boliviana de Aviación (BoA), que atualmente controla entre 85% e 90% do mercado doméstico.
Apesar da predominância da BoA nas rotas internas, o diretor da DGAC garantiu que não há restrições para a entrada de novos operadores. Ele destacou que, embora o setor aeronáutico tenha demandas altas, estas são alcançáveis para empresas com experiência.
No cenário internacional, a Bolívia conta com 11 companhias aéreas estrangeiras em operação. Dados da DGAC, publicados pelo La Razón, indicam que a BoA representa 47% do tráfego internacional, enquanto os outros 53% estão sob a istração de outros operadores.
A política de céus abertos da Bolívia inclui a de 17 acordos bilaterais de serviços aéreos e a participação em dois acordos multilaterais, como a Comunidade Andina (CAN) e o Acordo de Fortaleza. Além disso, a inclusão do país no Mercosul incentivou uma maior exploração da política de céus abertos, que exige a análise de vários protocolos fiscais, migratórios e financeiros dentro do bloco.
O debate sobre a abertura do mercado aeronáutico da Bolívia ganhou relevância nas últimas semanas, especialmente após os problemas operacionais enfrentados pela BoA, que resultaram na nomeação de um novo diretor geral.
Nesse contexto, o empresário boliviano Marcelo Claure instou o governo a garantir céus abertos e segurança jurídica para permitir a entrada de novas aéreas. Claure manifestou interesse em entrar no mercado com uma frota de 20 aeronaves, uma proposta que poderia transformar o panorama da aviação comercial no país.