A Azul Linhas Aéreas está caminhando rumo à sua primeira recuperação judicial e deve protocolar o pedido nos Estados Unidos por meio do Chapter 11 da Lei de Falências americana. Assim, a companhia seguirá o caminho pelo qual já ou a Latam e pelo qual a a Gol. A formalização da medida está prevista para ocorrer nesta quarta-feira (28).
A informação foi confirmada pelo CEO da companhia, John Rodgerson, em entrevista à Folha de S. Paulo. De acordo com ele, a reestruturação conta com o apoio de credores e com o compromisso de dois novos sócios estratégicos: United Airlines e American Airlines.
Após a conclusão do processo judicial, a American Airlines e a United Airlines devem aportar entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões em troca de uma participação significativa na Azul e de assentos no conselho de istração da empresa. A efetivação da entrada desses novos sócios dependerá da aprovação final da reestruturação.
Rodgerson destacou que o processo de Chapter 11 representa um congelamento temporário da fusão com a Abra, holding que controla a Gol Linhas Aéreas, que também está ando por um processo similar.
Ele enfatizou a busca por um caminho independente para reorganizar as finanças da Azul. “Ao desalavancar, a Azul voará mais alto. Estamos entrando no processo já com uma saída em mente”, afirmou.
Além disso, o CEO expressou a expectativa de que o processo de recuperação judicial seja concluído em um período de seis meses a um ano, uma vez que a Azul ingressa na Justiça norte-americana com acordos pré-negociados de entrada e saída. O objetivo é reduzir a dívida total à metade e diminuir a alavancagem de quatro para cerca de duas vezes o EBITDA.
Rodgerson também ressaltou que o foco da companhia agora será na própria reestruturação, o que resultará no congelamento das negociações com a Gol Linhas Aéreas. “Quero focar no nosso futuro com essa operação agora”, concluiu o CEO em sua entrevista. Essa reestruturação é vista como uma tentativa crucial para a recuperação da Azul em um mercado aéreo desafiador.
