
Em uma mudança significativa após críticas de discriminação de gênero, duas das principais companhias aéreas de Taiwan, incluindo a China Airlines e a Starlux, anunciaram que permitirão que suas comissárias de bordo usem calças pela primeira vez.
A decisão surge após um relatório abrangente da Comissão Nacional de Direitos Humanos de Taiwan, que criticou as políticas discriminatórias de vestuário das companhias locais. O relatório, com 100 páginas, foi uma resposta a uma queixa apresentada pelo Sindicato das Comissárias de Bordo de Taoyuan.
Dentre as seis companhias aéreas comerciais baseadas em Taiwan, apenas uma permitia que suas comissárias usassem calças como parte do uniforme, expondo um desequilíbrio em relação aos seus colegas masculinos.
Além de serem obrigadas a usar saias, as comissárias enfrentavam exigências rigorosas relacionadas a cabelo e maquiagem, o que poderia até atrapalhar evacuações em emergências.
Respondendo ao relatório, a China Airlines revisou seu código de vestimenta oficial para incluir a opção de calças para as tripulantes femininas. Da mesma forma, a companhia de luxo Starlux revelou que suas comissárias também terão a opção de escolher entre saias e calças sempre que seus uniformes forem renovados.
O relatório destacou que aéreas como a Eva Air prometeram diversas vezes introduzir a opção de calças, mas falharam em concretizar essa promessa. Até 2019, a Eva Air nem contratava tripulantes homens, alterando sua política apenas após uma greve significativa das comissárias exigindo a mudança.
Embora a Eva Air tenha relaxado algumas regras, como o uso obrigatório de saltos altos durante o embarque e desembarque, o relatório indicou que as comissárias ainda são pressionadas a manter a maquiagem impecável e criticadas por aparência ‘sem brilho’.