Os comissários de bordo da Delta Air Lines estão “indignados” com a recente decisão da companhia aérea de proibir o uso de pins de bandeiras de países, exceto a dos Estados Unidos, em resposta à pressão pública e a acusações de antissemitismo.
A Associação de Comissários de Bordo (AFA-CWA) afirmou que muitos tripulantes da Delta se orgulhavam de usar pins de bandeiras em seus uniformes, vendo-os como “um símbolo orgulhoso da nossa história na aviação e uma ponte entre culturas“.
Tradicionalmente, esses pins representavam a herança cultural dos comissários ou os idiomas estrangeiros que eles falavam. No entanto, nos últimos meses, alguns funcionários usaram pins da bandeira da Palestina para demonstrar solidariedade com o povo palestino em Gaza.
A situação se tornou controversa quando uma foto de um comissário de bordo usando o pin da Palestina em um voo de Boston para West Palm Beach se tornou viral. A associação sindical criticou a decisão da Delta de não apoiar o funcionário e, ao invés disso, ceder à pressão pública alterando sua política de uniformes, proibindo o uso de pins da bandeira da Palestina.
“Em vez de combater o assédio, a Delta tomou uma decisão chocante de ceder às demandas daqueles que atacam os comissários de bordo, mudando a política: proibindo todos os pins de bandeiras, exceto a dos EUA“, condenou a AFA-CWA. “Essa mudança não apenas viola o compromisso da Delta com a inclusão, mas também cria um efeito inibidor para qualquer trabalhador ou ageiro considerado ‘não suficientemente americano’ por alguns poucos odiosos“.
A associação continuou: “Isso estabelece um precedente perigoso que é desumanizador e prejudicial à reputação da Delta e à sua capacidade de fazer negócios tanto aqui quanto ao redor do mundo“.
Embora a AFA-CWA não represente oficialmente os comissários de bordo da Delta, pois eles formam a maior força de trabalho não sindicalizada dos Estados Unidos, a associação está tentando mais uma vez convencer os trabalhadores a se sindicalizarem, informa o Paddle Your Own Kanoo.
Em contraste, a mudança na política de pins de bandeiras da JetBlue, ocorrida há alguns meses, foi aprovada com o aval do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes, que representa seus comissários de bordo. A política foi rapidamente implementada pelo mesmo motivo que na Delta, após um ageiro judeu acusar um comissário de antissemitismo por usar um pin da bandeira da Palestina durante um voo.
Leia mais:
