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Delta desmente notícias falsas sobre pilotos do CRJ que capotou no Canadá

Divulgação – TSB

A Delta Air Lines divulgou ontem (20) esclarecimentos sobre os tripulantes que estavam no Bombardier CRJ-900 que capotou no Canadá.

A aeronave operada pela subsidiária Endeavor Air acabou capotando após fazer um pouso duro no Aeroporto de Toronto no dia 17 de fevereiro de 2025. Com o impacto, o trem de pouso principal do lado direito do jato regional canadense colapsou, resultando na colisão da asa com o solo, que acabou se desprendendo da fuselagem, resultando num capotamento do avião.

Dentro da aeronave estavam 76 ageiros e quatro tripulantes, e nenhum deles ficou ferido gravemente. Desde o ocorrido uma onda de informações falsas surgiram sobre os pilotos, principalmente questionando as políticas de contratação tanto da Endeavor como da Delta, com muitos perfis na internet afirmando que um dos pilotos foi contratado por “cota”, visando atender a uma política de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI).

Porém, nenhuma destas informações se baseava em dados oficiais ou que pudessem ser averiguados, principalmente pelo fato de que a legislação americana é bastante rígida e inclusive tida como “exagerada” nos requisitos para um piloto trabalhar numa companhia aérea.

Enquanto no Brasil, pilotos podem voar em companhias aéreas a partir de 150 horas e na Europa o mínimo é de 250 horas, nos EUA a exigência é de 1.500h, e foi colocada em 2010 após um outro acidente, com a Colgan Air, terceirizada regional da Continental Airlines, hoje United Airlines. Algunas exceções na legislação americana permitem contratação com menos horas, que são para graduados em aeronáutica em universidades credenciadas (1.000h mínimas) e para ex-militares (800 horas mínimas).

Ainda assim, a falta de pilotos no mercado americano é histórica, exatamente por ser um alto requisito que se soma a um salário relativamente baixo. Com isso, as companhias não podem se dar ao luxo de colocar cotas, já que sempre faltam pilotos. Inclusive, é comum a prática de oferecerem bônus de até 50 mil dólares na contratação, e um valor menor para o aviador da empresa que indicar a pessoa.

Em comunicado oficial, a Delta esclareceu que tanto o Comandante como a Primeira-Oficial não eram novatos, e estavam habilitados deviadamente:

  • Comandante: A Mesaba Airlines, empresa predecessora da Endeavor Air, contratou o piloto em outubro de 2007. Ele atuou tanto como Comandante em serviço ativo quanto em funções de treinamento de pilotos e segurança de voo. As alegações de que ele falhou em eventos de treinamento são falsas. Alegações de que ele não conseguiu uma posição de piloto na Delta Air Lines devido a falhas no treinamento também são falsas, segundo a companhia aérea.
  • Primeira-Oficial: Contratada em janeiro de 2024 pela Endeavor Air, concluiu o treinamento em abril. Desde então, tem voado pela Endeavor. Sua experiência de voo superava os requisitos mínimos estabelecidos pelos regulamentos federais dos EUA. As alegações de que ela falhou em eventos de treinamento são falsas.

Surgiram alegações de que o Comandante teria pleiteado uma contratação pela Delta, mas que não ou nos exames da companhia e foi enviado de volta à Endeavor. Esta situação não é incomum, porém não pode ser provada até o momento e foi negada pela companhia aérea.

Já a Primeira-Oficial, atuando como copiloto, teve informações falsas geradas alegando que ela tinha sido habilitada em janeiro e que estaria num voo de treinamento, o que também não procede.

Informações que puderam ser confirmadas mostram que ela se gradou na University of North Dakota (UND), que é uma das três maiores universidades de aviação no mundo, fazendo parte da chamada “Ivy League Aeronáutica”, junto das também renomadas Embry Riddle Aeronautical University (ERAU) e Western Michigan University (WMU).

Fontes na UND confirmaram ao AEROIN que a aviadora de fato entrou na Endeavor Air em 2024, após ultraar às 1.000 horas necessárias, recebendo o chamado “Frozen ATP“, que é a Licença de Piloto de Linha Aérea “congelada”, permitindo voar em companhias aéreas sob algumas restrições. De abril até o início deste ano, ela completou mais 500 horas de voo em aeronaves Bombardier CRJ-900, podendo retirar as restrições e obtendo a licença ATP.

O uso de informações falsas, principalmente para encaixar em narrativas políticas, prejudica o transporte aéreo e cria uma falsa sensação de insegurança, afastando ainda mais potenciais aviadores e podendo causar um aumento de custos, que se resultam numa agem aérea mais cara.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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