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Embraer aposta no KC-390 para patrulha marítima e vê pouco espaço para adaptar os E2 2h622y

Avião Embraer E195-E2 com pintura de águia
Divulgação – Embraer

A brasileira Embraer vê hoje mais potencial na conversão do cargueiro militar KC-390 para a função de patrulha marítima (MPA) do que na adaptação dos jatos comerciais E2 para esse tipo de missão. 5w4e17

Desde o lançamento dos E-Jets, no início dos anos 2000, muito se discutiu sobre a possibilidade de adaptação dessas aeronaves para uso militar — algo que já ocorreu com o antecessor ERJ-145, que deu origem a versões com radar aéreo. Esse tipo de conversão também é feito por concorrentes da Embraer, como a Boeing com o P-8 Poseidon (baseado no 737) e a Bombardier com o GlobalEye (baseado no Global 6500).

O início dos estudos para uma versão de patrulha marítima do KC-390 foi visto como surpresa por muitos, já que a proposta da Embraer envolve um modelo com arquitetura roll-in & roll-out. Nesse conceito, os sistemas de missão são instalados em contêineres ou pallets modulares, permitindo que o avião seja rapidamente reconfigurado para outras funções, como transporte de carga ou de tropas.

Atualmente, nenhuma aeronave MPA do mercado adota essa arquitetura modular — as adaptações são fixas e permanentes.

A Embraer está em conversas com a Força Aérea Brasileira (FAB) e com a Força Aérea Portuguesa (FAP) para entender as necessidades específicas dessas forças no patrulhamento marítimo. Ambas operam atualmente o P-3 Orion e possuem vastas áreas de mar territorial sob sua responsabilidade.

Avião Embraer C-390
Concepção gráfica do C-390 MPA – Imagem: Divulgação – Embraer

Em entrevista à Aviation Week, o presidente da Embraer Defesa & Segurança destacou que, assim que o projeto e os requisitos da versão MPA do KC-390 forem definidos, o primeiro voo poderá ocorrer entre 12 e 18 meses.

Quanto à possibilidade de a família E2 ser adaptada para missões de patrulha marítima, ele afirmou: “Existem várias conversas em andamento, mas não há uma demanda clara ou significativa de nenhum país. Estamos fazendo nosso trabalho, mas ainda não há um cliente definido.” A declaração reforça que a Embraer só pretende avançar com essa adaptação se houver interesse concreto de um país comprador.

Vale lembrar que o Paquistão segue com o projeto Sea Sultan, que prevê a conversão de uma aeronave Embraer Lineage 1000E (versão executiva do E190-E1) para a função MPA. A previsão era que o projeto fosse concluído em 2026, mas pouco se tem falado sobre o progresso da modificação. Mesmo diante das tensões com a Índia, ainda não está claro se a iniciativa — realizada sem participação direta da Embraer — realmente avançará.