
O Aeroporto Adolfo Suárez Madrid-Barajas se tornou o primeiro grande aeroporto do mundo a operar todas as suas pontes de embarque – conhecidas como “fingers” – por meio de condução remota.
A informação foi divulgada por Javier Marín, vice-presidente executivo da Aena, durante a inauguração da edição de 2025 da enger Terminal Expo & Conference, que está ocorrendo em Madrid de 8 a 10 de abril.
Essa conquista, promovida pela Aena e desenvolvida pela TK Airport Solutions, representa um avanço significativo na digitalização das operações aeroportuárias. O sistema de condução remota foi implementado de maneira progressiva, desde a instalação do equipamento até a sua comissionamento, um processo que foi concluído entre junho de 2024 e fevereiro de 2025 com o apoio das companhias aéreas e empresas de manuseio.
Com um total de 129 pontes de embarque, o aeroporto transitou de uma operação manual para uma gestão centralizada a partir de três centros de controle estrategicamente localizados nos terminais T1, T2, T3, T4 e T4S.
Cada centro gerencia seu respectivo terminal, embora os 17 postos de controle distribuídos permitam a operação de qualquer finger a partir de qualquer estação, garantindo continuidade operacional em caso de incidentes.
A condução remota foi validada pela Agência de Segurança da Aviação da Europa (EASA) e é apoiada por procedimentos de contingência. Essa inovação reforça o compromisso da Aena com a segurança operacional, a rastreabilidade das operações e a modernização tecnológica de suas infraestruturas.
A automação das pontes de embarque não é apenas um marco tecnológico; ela também proporciona melhorias reais nas operações diárias. A condução remota oferece maior flexibilidade e eficiência, reduzindo os deslocamentos da equipe, acelerando a conexão e desconexão com as aeronaves e melhorando a pontualidade das companhias aéreas.
Cada finger está equipado com até sete câmeras de vídeo, proporcionando aos operadores uma visão abrangente e detalhada de cada manobra. Isso eleva os padrões de segurança e permite um controle mais preciso de cada operação.
Desde a implementação dessa tecnologia, mais de quinze companhias aéreas e aeroportos internacionais visitaram as instalações para conhecer esse modelo operacional de perto. O Madrid-Barajas, portanto, se posiciona como um marco global em automação aeroportuária, chamando a atenção de outros aeroportos para uma tecnologia que já está comprovando sua eficácia.
Durante seu discurso, Marín enfatizou que esse progresso faz parte de uma estratégia mais ampla. A Aena planeja realizar o maior programa de investimentos aeroportuários na Europa e no mundo nos próximos anos, beneficiando aeroportos-chave na Espanha, como Madrid, Barcelona, Alicante, Tenerife e Málaga.
No entanto, ele alertou que qualquer expansão futura deve ser acompanhada de um firme compromisso com a sustentabilidade. “Nenhuma expansão aeroportuária, nenhum crescimento de tráfego, nem mesmo a implementação de novas ideias comerciais será possível sem um compromisso claro com a sustentabilidade,” enfatizou.