Receba essa e outras notícias em seu celular, clique para ar o canal AEROIN no Telegram e nosso perfil no Instagram.

Enquanto as companhias aéreas de todo o mundo penaram ao longo de 2020, sendo que algumas só permaneceram em pé após receberem bilhões de dólares em resgates de seus governos, a companhia aérea nacional da Venezuela, Conviasa, parece que está navegando em céu de brigadeiro. Resultado disso foi o alegado aumento de 85% nas operações de voo e o lucro que a empresa teve no ano ado.
Embora soe estranho e os números oficiais dificilmente serão divulgados, uma reportagem da Bloomberg procura explicar o segredo do alegado sucesso da transportadora venezuelana, onde tudo gira em torno de um aspecto-chave que foi a “anulação dos concorrentes”.
A matéria cita como exemplo atrasos nas autorizações ou obstáculos de última hora colocados contra companhias aéreas locais e estrangeiras, deixando nas mãos da Conviasa o monopólio da maioria das rotas saindo e chegando na Venezuela. Outro fator contribuinte foi a dura restrição de viagens, que fechou todos os aeroportos locais por sete meses, sendo que apenas a Conviasa podia fazer voos especiais.
Com isso, a estatal foi autorizada a gerar receitas em moeda forte para o regime, cobrando agens em dólares e a preços exorbitantes para destinos na América Latina. Isso obrigou cidadãos de outros países ou venezuelanos radicados no exterior a pagarem pequenas fortunas se quisessem viajar de e para a Venezuela. Um voo para a Bolívia ou México poderia custar US$ 1.000, muito acima do poder aquisitivo da maioria do povo venezuelano.
O resultado disso tudo foi um alegado crescimento de 85% em assentos ofertados, enquanto que a média de queda na América Latina, no mesmo período, foi de 63%.
No atual momento, a companhia mantém voos regulares para cinco países. Três deles são liderados por aliados políticos de Maduro – Bolívia, Irã e México – e há planos para adicionar uma ligação com Moscou em breve. A frota da empresa tem 20 jatos Embraer E190 e dois aviões Airbus A340.