
Em um desfecho aguardado, os membros da Associação Internacional de Maquinistas (IAM) ratificaram um contrato de quatro anos com a Boeing, encerrando uma greve de 53 dias que gerou um impacto financeiro significativo na empresa e interrompeu a produção de aeronaves no Noroeste do Pacífico.
Com a aprovação dos termos, os 33.000 sindicalizados devem retornar ao trabalho a partir de 6 de novembro. O novo acordo foi aprovado por uma margem de 59% a 41% e inclui aumentos salariais que se aproximam do objetivo de 40% inicialmente buscado pelo sindicato.
Durante as negociações, propostas anteriores da Boeing, incluindo aumentos salariais de 25% e 30%, não conseguiram aprovação dos membros do sindicato. Finalmente, um aumento de 38% foi decidido, juntamente com um bônus de ratificação de US$12.000, superando a oferta inicial de US$7.000.
Apesar das conquistas, o acordo não reinstalou a pensão, um ponto que o sindicato desejava mas não conseguiu garantir. A IAM vê o resultado como um novo patamar na indústria aeroespacial, estabelecendo que essas carreiras devem fornecer uma qualidade de vida de classe média para os trabalhadores.
Para a Boeing, o fim da greve representa um o crucial para retomar suas operações normais. O impacto da paralisação foi severo, com a empresa registrando uma perda de US$6,2 bilhões no terceiro trimestre de 2024. Ademais, a greve custou à Boeing cerca de US$1,3 bilhão mensais em receita perdida, principalmente devido à redução das entregas do modelo 737.
A crise também impactou a cadeia de suprimentos, com paradas em remessas de peças, forçando fornecedores a ajustar suas produções. Durante a greve, a Boeing anunciou que cortaria 10% de sua força de trabalho como parte de um plano para se concentrar nas funções “centrais”.
Para recuperar sua liquidez, a empresa recorreu à emissão de ações para levantar quase US$21 bilhões.
O CEO da Boeing, Kelly Ortberg, reconheceu a importância do acordo, destacando que ainda há muito a ser feito para recuperar a excelência que tornou a Boeing uma empresa icônica. O retorno à normalidade nas linhas de produção, especialmente do 737, demandará meses de esforços intensos para alcançar operações suaves novamente.