
A Abra Group, holding que controla a Gol e a Avianca, firmou um compromisso com a firma de investimentos Castlelake para levantar US$ 1,3 bilhão, com o intuito de evitar o risco de default nos títulos da holding em meio ao processo de recuperação judicial sob o Capítulo 11 nos Estados Unidos da GOL Linhas Aéreas. A informação foi divulgada em um comunicado para investidores.
Os recursos obtidos com esse financiamento serão utilizados para refinanciar integralmente as notas seniores garantidas da Abra, que possui participações na GOL, na Avianca e na Wamos Air.
Segundo a Bloomberg, a proposta da Castlelake foi apresentada aos investidores na semana ada, abrangendo o refinanciamento dos títulos seniores garantidos da Abra, que vencem em 2028, a uma taxa em um empréstimo de cinco anos. Embora ainda não tenha havido um anúncio oficial, é igualmente relatado que os detentores de títulos da Abra estão amplamente favoráveis à negociação.
A nova dívida terá uma taxa de juros nominal que pode chegar a 14%, paga semestralmente, sendo composta por um juro em dinheiro de 6% e o restante em pagamento em espécie (PIK). Uma proposta alternativa teria concedido aos detentores de warrants uma participação na holding.
A GOL optou por não comentar a situação. A companhia aérea brasileira solicitou proteção contra credores em janeiro de 2024 e planeja emergir desse processo até 2025. Seu plano financeiro contempla um financiamento para a saída superior a US$ 3,5 bilhões, que será levantado por meio de um aumento de capital e reestruturação de obrigações de dívida garantidas a longo prazo, além da emissão de novas ações e entrega contínua de novas aeronaves Boeing 737 MAX para o restante da década.
Paralelamente, a Abra Group e a Azul Linhas Aéreas estão em negociações para uma possível fusão com a GOL. Contudo, até o momento, nenhum acordo foi firmado, e a Azul está também buscando melhorar sua saúde financeira junto a seus credores.
Este movimento por parte da Abra Group reflete não apenas uma resposta à turbulência enfrentada pela GOL, mas também uma estratégia mais ampla para fortalecer sua posição no mercado aéreo em meio a um cenário complexo e em rápida transformação.