
O governo dos Estados Unidos da América decidiu interromper, pelo menos temporariamente, o emprego de aeronaves militares na deportação de imigrantes ilegais nos voos que partem dos EUA para a baía de Guantánamo, em Cuba, e para outros destinos, principalmente na América Latina. A decisão foi informada por autoridades de Defesa e publicada pelo Wall Street Journal.
A utilização desses voos fazia parte dos esforços para conter a imigração irregular. Contudo, o método ou a ser visto como oneroso e ineficiente.
Segundo o jornal, o último voo militar ocorreu no último sábado, e o Pentágono já não programava novas viagens nas 48 horas seguintes. Um voo previsto para esta quinta-feira também foi cancelado, alimentando especulações sobre a possibilidade de a medida se tornar permanente.
Dados de plataformas de rastreamento de voo como a ADS-B Exchange, AirNav Radar e FlightRadar24 indicam que o governo Trump operou cerca de 30 voos com aeronaves Boeing C-17 Globemaster III e aproximadamente uma dúzia com Lockheed Martin C-130J Super Hércules, todos da Força Aérea Americana (USAF) direcionando imigrantes para países como Índia, Guatemala, Equador, Peru, Honduras e Panamá, além da base em Guantánamo.
Análises do Wall Street Journal apontam que um voo padrão realizado pela ICE (Imigração e Controle de Alfândega dos EUA) tem um custo médio de US$ 8.500 por hora, valor que pode chegar a US$ 17 mil em operações internacionais. Comparativamente, a aeronave C-17, projetada para transporte de cargas pesadas e tropas, gera um custo de US$ 28.500 por hora de voo.
Alguns episódios chamaram a atenção, como três voos destinados à Índia, cujo custo foi de aproximadamente US$ 3 milhões cada, e operações para Guantánamo que elevaram o custo por imigrante a cerca de US$ 20 mil.
Além dos elevados gastos, as restrições de o ao espaço aéreo mexicano têm dificultado a rota, forçando a extensão dos trajetos para países da América Central e do Sul. Em resposta, autoridades de nações latino-americanas, assim como do próprio México, optaram por alternativas como o uso de suas próprias aeronaves ou o retorno dos deportados em voos comerciais.
Mesmo após a polêmica das algemas, os voos para o Brasil continuam sendo feito por companhias aéreas contratadas pelo governo americano, com os brasileiros deportados vindo algemados nos voos que agora desembarcam em Fortaleza:
Receba as notícias em seu celular, clique para ar o canal AEROIN no Telegram. Conheça também nossos perfis no Instagram e no Facebook, e nosso canal no WhatsApp.