
Uma aeronave da Delta Air Lines, com a capacidade total ocupada, realizou um pouso de emergência no Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson, em Atlanta, nos Estados Unidos, em fevereiro, após uma intensa quantidade de fumaça tomar a cabine poucos instantes após a decolagem.
A ocorrência, que foi amplamente reportada à época, foi relatada em um documento preliminar divulgado pelo Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos (NTSB).
De acordo com o documento, o voo DL-876 havia decolado por volta das 9h da manhã de 24 de fevereiro com destino ao Aeroporto Metropolitano de Columbia (CAE). Poucos minutos após deixar o solo, uma fumaça espessa e acinzentada tomou tanto a cabine quanto o cockpit do Boeing 717.
A situação se agravou rapidamente. O comissário chefe relatou aos investigadores que a fumaça era tão densa que ele não conseguia enxergar além das primeiras fileiras de assentos. “Ela começou a sair por todas as saídas de ar ao mesmo tempo”, afirmou.
Durante a fase inicial da decolagem, com o avião ainda ganhando altitude, os comissários da parte dianteira e traseira da aeronave tentaram acionar os pilotos por meio do botão de emergência em seus assentos.
Sem resposta, recorreram aos alto-falantes da cabine, numa tentativa de chamar a atenção dos comandantes, recurso que, embora possa ser audível no cockpit, costuma se misturar com outras comunicações nos fones de ouvido da tripulação técnica.
Sem retorno, o chefe de cabine chegou a bater na porta do cockpit. No entanto, o espaço já havia sido tomado pela fumaça, e os pilotos estavam utilizando equipamentos de respiração especiais.
Eles justificaram que optaram por se concentrar nos procedimentos críticos do voo, em vez de se comunicar com a tripulação, embora estivessem cientes da situação a bordo.
Com a emergência declarada, diversos alertas se acenderam no de controle, incluindo luzes de advertência e o alarme de fumaça do lavatório dianteiro. Enquanto isso, os comissários buscavam acalmar os ageiros, assegurando que estavam treinados para lidar com esse tipo de ocorrência.
Uma comissária que estava de folga, viajando como ageira, prontamente se posicionou próxima a uma saída de emergência para auxiliar, caso fosse necessária uma evacuação.
Após o pouso seguro em Atlanta, o avião foi imediatamente cercado por caminhões de bombeiros. Ao abrir a porta do cockpit para avaliar a situação, o comandante se deparou com uma quantidade intensa de fumaça na cabine e ordenou a evacuação imediata.
Todos os 94 ageiros a bordo deixaram a aeronave de 25 anos de idade por meio dos escorregadores de emergência.
Em nota, a Delta afirmou: “A tripulação seguiu os procedimentos previstos para retornar a Atlanta após a observação de uma névoa no interior da aeronave. Nada é mais importante do que a segurança de nossos clientes e colaboradores, e pedimos desculpas aos ageiros pela experiência vivida.”
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